À cada semana santa que celebramos, revivemos os maiores mistérios de nossa fé.
Na quinta-feira santa entramos no mistério eucarístico. Jesus institui o sacerdócio e a eucaristia. Como entender em profundidade o mistério que aí se esconde? Jesus toma pão – pão e vinho – vinho, e sem mudar suas aparências e características físicas e químicas, os transformam em seu corpo e sangue. Quem deles comunga, come e bebe o corpo e o sangue de Cristo, com gosto de pão e de vinho. Se dissesse a uma criança que ali está Jesus, ela talvez não entenderia, porque ela ainda não consegue “ver” com os olhos da fé. Ela poderia dizer que comeu apenas um pãozinho e nada mais. É preciso estar imbuído da Palavra de Jesus que afirma que ali é Ele quem está presente em sua realidade plena. Após a consagração, ao ouvir que isto é mistério da fé, respondemos com convicção que nós reconhecemos, afirmando que ali se realiza a morte e ressurreição e que nós aguardamos com ansiedade vinda de Jesus. O celebrante (padre, bispo, papa) o faz não em seu nome, mas, em nome de Cristo. Jesus conferiu esse poder ao sacerdote pelo sacramento da ordem por Ele instituído na quinta-feira santa. “todas às vezes, que o fizerdes, fazei-o em memória de Mim”! Eis aí os mistérios da quinta-feira santa. Dois mistérios celebrados na quinta-feira santa,
Na Sexta-Feira Santa celebramos a paixão e morte de Jesus. Também aí se esconde outro mistério de nossa fé. Quem poderia imaginar que o próprio Deus tomasse corpo humano e o oferecesse livremente à morte de cruz, como prova definitiva de amor por nós, num gesto salvífico que atingiu a todos os que vieram antes de Dele e os que nasceram depois ou ainda virão enquanto o mundo existir? Não haverá outra redenção, a de Cristo foi definitiva. A força deste gesto ultrapassa os séculos e gerações. É todo o universo redimido nessa cruz salvadora.
No sábado santo celebramos o grande mistério da ressurreição. Cristo ressuscita dos mortos. O crucificado se manifesta vivo diante de testemunhas, que se tornam portadoras de sua mensagem para todos os povos, tempos e recantos do mundo. O aleluia que é proclamado manifesta a alegria do mistério aceito, no qual se coloca todo o sentido da vida e da morte. É um eco que ressoa no universo e canta o hino eterno junto com o coro dos anjos e santos. “Exultet” (exulte) proclama a grande Páscoa, que não é mais uma passagem por água oceânicas, mas a que vai para além dos níveis terrenos alçando-se nos albores eternos.
No domingo da Páscoa, a grande festa cristã, se estende para um perpétuo “Dia do Senhor”, recordado em cada eucaristia que é celebrada nas milhares de igrejas, templos, capelas e outros recantos sagrados. Resplandece nesse dia de Páscoa, o mistério da ressurreição, que selou para sempre a redenção e a salvação.
A semana santa que ocorre cada ano, revive esses grandes mistérios que dão sentido à fé cristã e razão de viver para e dos cristãos.
Que os mistérios de nossa fé celebrados na semana santa encham sua vida de um “aleluia” alegre e festivo, porque mais uma vez pode-se viver os grandes momentos de Deus em nossa história humana.
Feliz será você quando vivenciá-la nas celebrações que participar, celebrando os mistérios de nossa fé!
Deolino Pedro Baldissera, sds