1. ORAÇÃO INICIAL

Maria, peço-te que formes o meu coração para que possa acolher o teu filho Jesus como tu o acolheste em tua vida.

Como tu, quero guardar e meditar em meu coração os apelos do Senhor, para que se tornem vida para mim e para meus irmãos e irmãs.

Dá-me a paixão e o sentido de urgência que apressou teus passos em direção a Isabel e que apressou a “hora” da manifestação pública de teu filho em Caná.

Ajuda-me para que aceite ser apenas instrumento que põe em evidência o teu filho Jesus e que a minha vida seja sempre um apelo aberto que convida a “fazei tudo o que Ele vos disser”.

 

  1. REFLEXÃO INICIAL

A formação a vida religiosa é um contínuo caminhar de um projeto que envolve toda a vida. É contínua disponibilidade de aprender, de deixar-se ensinar e tocar pela vida, pelos outros e por Deus. Por isso, é processo de conversão, de deixar-se provocar e plasmar pelo Senhor. É peregrinação na fé.

Cada um tem o tempo que lhe é dado viver. Na perspectiva formativa, o tempo presente é momento grávido de sentido e pode tornar-se kairós de Deus e possibilidade de formação (cf. Amedeu Cencini, em O Respiro da Vida, Paulinas, SP)

Uma das finalidades centrais da formação é a configuração com Cristo e a assimilação dos sentimentos de Cristo, na sua relação com o Pai e com a humanidade. É estabelecer um horizonte de sentido de vida, construir uma identidade e assumir o caminho do discipulado.

 

  1. TEXTO EVANGÉLICO: JO 2, 1 -12

“No terceiro dia, houve um casamento em Caná da Galileia e a mãe de Jesus estava lá. Jesus foi convidado para as bodas e os seus discípulos também. Como não houvesse mais vinho, a mãe de Jesus lhe diz: “Eles não têm vinho”. Respondeu-lhe Jesus: “Que temos nós com isso, mulher? Minha hora ainda não chegou”.  Sua mãe diz aos serventes: “Fazei tudo o que ele vos disser”. Havia ali seis talhas de pedra para a purificação dos judeus, cada uma contendo de duas a três medidas. Jesus lhes diz:” Enchei as talhas de água”. Eles as encheram até a borda. Disse-lhe então:” Tirai agora um pouco d’água e levai-a ao mestre-sala”. Eles a levaram. Quando o mestre-sala provou da água transformada em vinho, ele não sabia de onde vinha, mas o sabiam os serventes que haviam retirado a água, chama o noivo e lhe diz: “Todo o homem serve primeiro o bom vinho e, quando os convidados já estão embriagados, serve o pior. Tu guardaste o bom vinho até agora!” Este foi início dos sinais, Jesus o fez em Caná da Galileia e manifestou a sua glória e os seus discípulos creram nele. Depois disso, desceu a Cafarnaum, ele, sua mãe, os irmãos e os discípulos e ali ficaram apenas alguns dias”.

 

  1. O QUE O TEXTO NOS DIZ?

Em Caná Maria nos propõe o itinerário formativo, mostra o caminho, aponta Jesus como fonte de salvação e o centro de todo o processo formativo. “Fazei tudo o que Ele vos disser” são as últimas palavras de Maria nos Evangelhos, é o seu “testamento espiritual” (cf. Ir. Rodolfo Bianciotti, FMS, em Hagan lo que El les Diga – el papel de Maria em la Formacion, Gran Editora, Buenos Aires, Argentina, 2014).

Parece que Maria foi convidada para a festa. Ao faltar vinho, toma a inciativa. Conhece seu filho, crê nele. Este “conhecimento” é fruto de longo processo de “observar, guardar, meditar”. Estas são as atitudes de Maria durante o período em que Jesus cresce, amadurece e adquire sabedoria. Na vida deles existem vários períodos férteis de silêncio: após Belém, um silêncio de 12 anos, onde Maria acompanha e contempla, enquanto o menino “crescia, tornava-se robusto, enchia-se de sabedoria, e a graça de Deus estava com Ele” (Lc 2,40); entre o episódio do templo e o início da vida pública, mais 18 anos de silêncio, onde “Jesus crescia em sabedoria, em estatura e em graça, diante de Deus e diante dos homens” (Lc 2,52), sob o olhar amoroso e formativo de Maria.

Neste processo formativo, Maria e Jesus foram crescendo. Maria foi aprendendo a ser discípula, amadurecendo com Ele. Jesus também foi crescendo em sua vocação e neste crescimento está o “dedo” de Maria. Sabia o que se passava no coração do filho.

Maria não se dirige ao noivo ou ao mestre sala, vai logo ter com o filho. Parece que sabe que Jesus irá intervir, o “conhece”. Ela nos dá Jesus outra vez. Nasce o homem público que já não pertence à mãe, à família, mas à missão e ao Reino de Deus.

Maria intervêm, vai ao filho e diz: “eles não têm vinho”; e vai aos serventes para que obedeçam a Jesus: “fazei tudo o que Ele vos disser”. Foram suas últimas palavras nos evangelhos, lança Jesus para a vida pública e depois se retira. Pela ação formativa de Maria, Jesus faz seu primeiro sinal, revela sua glória, os discípulos creram nele, um novo grupo se forma: Jesus à frente, acompanhado de sua mãe, de seus irmãos e dos discípulos. Maria põe Jesus no centro e os discípulos creram nele. É a essência do processo formativo. Maria modela-nos, com o mesmo cuidado, até que Cristo “seja formado” plenamente em nós (Gal 4, 9).

Este texto Evangélico nos faz ver a necessidade de “observar, guardar, meditar”, para que a vontade de Deus se realize em nossa vida e para que os “sentimentos de Cristo” possam nascer e frutificar em nós. Desta maneira, poderemos também, como Maria, mostrar Jesus como caminho, sendo assim, instrumento de formação e de discipulado.

 

  1. ORAÇÃO

Maria, tu és uma bela experiência de discipulado. Em ti Deus se tornou Boa Nova para a humanidade. És como a luz que abre o caminho do sol, como a estrela matutina que anuncia o novo dia.

Teu coração disse: como poderá ser isso? Que queres que eu faça? Teu coração disse: faça-se em mim a tua vontade. Teu coração disse: eles não têm vinho! Fazei tudo o que Ele vos disser!

Maria, mestra na fé, continue interpelado, acompanhando e formando-nos no seguimento de teu Filho, para que nó também possamos apontá-lo para os outros e exclamar, “fazei tudo o que Ele vos disser”.

 

  1.  SUGESTÕES DE LEITURA

* Hagan lo que Él les diga, el papel de Maria em la formación, de Rodolfo Bianciotti, FMS, Gram Editora, Buenos Aires, Argentina 2014

* Esplendor da Mãe, Maria de Nazaré, no coração da Igreja e na vida do povo, de Giovanni Maria Bigotto, FMS, Paulinas, SP, 2011.

 

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