- Deolino Pedro Baldissera, sds
Estamos em clima pascal que move o coração dos cristãos para as esperanças emanadas do Ressuscitado. Celebramos o grande mistério da paixão, morte e ressureição dAquele que desceu do alto para habitar em nosso chão. Entrar nesse mistério é encontrar o significado da vida que vivemos e descobrir que ela tem destino eterno.
Todos os anos fazemos memória desses fatos que marcaram a história há mais de dois mil anos. Desde então, abriu-se o caminho da esperança. Neste ano jubilar temos uma motivação a mais para celebrá-la sob o lema “peregrinos de esperança”. Essa esperança nos recorda nosso caminho em direção Àquele que inaugurou esse tempo novo. Não andamos mais às cegas e desconectados de Deus, mas sim, ressintonizados com a comunhão eterna. Que alegria a Páscoa nos proporciona em nos permitir vivenciar, em nossa fé, esses momentos decisivos vividos por Cristo Jesus. A Páscoa, nossa maior festa cristã, é o momento celebrativo que ativa em nós as melhores esperanças e nos projeta para um futuro cheio de significado. A vida é expressão do amor de Deus por cada um de nós! como obra prima de suas mãos. A vida é o amor de Deus em nós! por isso ela é preciosa a seus olhos, por causa dela, Deus Pai envio seu filho para resgatá-la do fracasso eterno. Numa de nossa canções pascais cantamos “prova de amor maior não há, do que dar a vida…” ! Essa prova Jesus nos deu e nós a celebramos na Páscoa. A nossa fé confessa essa verdade porque acreditamos nAquele que sendo Deus, encarnou-se e fez isso por nós, sem merecimento nenhum de nossa parte. Foi pura bondade, misericórdia e amor do Pai por nós, criados por Ele à sua imagem e semelhança.
A Ressurreição é o mistério do amor concretizado e realizado. Quando penso que há dois mil anos e pouco atrás, Deus, na pessoa de Jesus, andou por nossos caminhos, fico extasiado, me perguntando, mas, como isso é possível? Não é dúvida de fé, mas de admiração e contemplação. Quem poderia imaginar isso? Os Judeus sempre esperaram por um messias, mas, que fosse o próprio Deus na pessoa do Filho que se encarnou, isso estava fora das expectativas. Que o Messias fosse um grande libertador, forte, guerreiro, que impusesse, pela força. seu domínio, estava nos planos do Messias esperado. Mas o que veio, encabulou a todos, a surpresa de Deus ultrapassou todas as medidas e contingências. Foi difícil acreditar no que viam! Como num filho de origem judaica, filho de uma mãe Judia, pudesse ser o Filho de Deus? Todos fomos mergulhados nesse mistério. Que Jesus é o Filho de Deus ficou comprovado por seus ensinamentos, seus milagres, por sua paixão, por sua morte e principalmente por sua Ressurreição. Diante dos fatos os argumentos cessam, a realidade se impõe como verdadeira. O mistério que se esconde nesses acontecimentos só Deus sabe decifrá-los, porém, Ele nos revelou o suficiente para crermos e pautar nossa vida em sua perspectiva. Ninguém morre sem a marca da ressurreição, que leva junto para o julgamento final. Diante do Ressuscitado a vida vivida será posta diante do teste final. Como a Palavra de Deus nos diz: “ovelhas de um lado, cabritos do outro”. Uns para a vida plena outros para a vida vazia.
Não será Deus a condenar ninguém. Diante dEle cada um levará a própria sentença prescrita pelo modo como a viveu no seguimento ou não dos ensinamentos e exemplos de Cristo. Diante dEle a vida aparecerá com toda a transparência do jeito como foi vivida. Nela estará “escrito” “vivida na perspectiva dos méritos e do seguimento de Cristo na esperança da vida da comunhão plena com Deus” ou “vivida na idolatria do seguindo deuses estranhos, que agora não são capazes de salvar”. A escolha se faz agora diante do mistério da paixão, morte e ressurreição de Cristo. Em sua morte e Ressurreição Cristo abriu a eternidade para todos; para aqueles que viveram antes de sua vinda e os que viveram e vivem depois de sua vinda. A todos salvou! a graça e os méritos de sua paixão e morte abarcam todos os que já nasceram ou vão nascer. Sabemos que a misericórdia de Deus ultrapassa todas as medidas humanas, contudo sua justiça é justa. As escolhas livres que cada um fez/faz, diante desse mistério será o pêndulo da balança que aponta para as “ovelhas ou cabritos” .
Celebrar a Páscoa é celebrar a vida liberta da escravidão do pecado e a vitória sobre a morte. A vida dAquele que passou por uma sepultura, encontra-se ressurgida e viva diante, primeiro, das testemunhas oculares encarregadas de anunciá-la além das fronteiras da Galileia. Fiéis a essa missão o anúncio chegou a todos os confins do mundo!
Como professantes dessa fé, celebramos mais uma vez com alegria a festa da Páscoa. FELIZ PÁSCOA desejamos uns aos outros. Cristo vive, Ele é nossa esperança como peregrinos em seu caminho!