Pe. Deolino Pedro Baldissera, sds
Todos os dias o sol nasce no horizonte e começa a iluminar tudo. À sua luz tudo fica claro, iluminado, aquecido. Esse processo é permanente. Todo dia se repete: nasce, se põe a pino, desce e ao se despedir do dia que iluminou, marca o horizonte com pinturas magistrais, com desenhos que encantam os que o observam. Muitas fotos são feitas dos pôr de sois. Eles encantam e arrancam suspiros de beleza. Há dias em que o sol faz seu giro costumeiro, mas nuvens o escondem. Não deixa de existir, embora sua claridade fique mais tênue. Sabemos ele está lá atrás das nuvens. Sem ele haveria escuridão, noite e trevas, exceto quando a lua refletindo a luz solar embeleza a noite.
De certo modo olhando o ciclo solar, podemos imaginar que ele é um símbolo da vida em vários sentidos. Quando alguém nasce abre um novo horizonte para a família. Um recém-nascido transforma a vida dos que estão a sua volta, novas esperanças aparecem. Sonhos começam a povoar a mente e o coração dos pais. O que será desta criança no futuro? Com o tempo a vida vai se desenvolvendo e os horizontes se alargando. Vem a juventude, vem a vida adulta, tempo de expansão e conquistas, chega-se ao auge. Depois começa o declínio e os horizontes se estreitando. Muitos deixam uma memória bonita, admirada pelos outros. Outros deixam um legado sombrio, pouco edificante, com muitas “nuvens” deixando um cinzento sem muitos apreciadores.
Assim é a vida com seus ciclos de nascimento, crescimento e ocasos. Em cada uma dessas fases é marcada por sentimentos diferentes. Quando criança é o encanto para todos, vive a vida sem preocupações, sem grandes ambições, seu mundo é lúdico e é símbolo de esperança para um futuro que tem pela frente. Os adultos diante de uma criança que sorri, faz gracinhas, torna-se criança também, regride ao seus dias de infante. Passada a fase. Quando entra na pré-adolescência, torna-se preocupação para os pais que pensam em sua educação, em preservá-lo de más companhias, e, orientá-lo para ser uma pessoa de bem. Indo para a adolescencia o mundo surge como uma conquista a ser feita, e o adolescente começa a se testar em suas competências, quer ser dono de seu nariz, independente, agora se sente protagonista de sua vida, começa a conquistar seus espaços. Entrando na juventude se aprimora nas suas escolhas, deseja uma profissão onde viva sua vida alicerçada em um futuro que deseja, forma-se nos estudos, conquista seu diploma e confia em si e em seu trabalho para garantir-se e construir seu patrimônio, social, cultural e econômico. Na vida adulta se consolida como alguém que contribui com suas ações para o desenvolvimento da sociedade. Percorre vários anos em sua lida, construindo seus sonhos. No auge de sua vida, olha para trás para ver o que registrou em sua história e o que ficou como sonho esquecido. Começa a se preparar para o declínio de suas forças, de aceitar o irreversível de seus anos e o ocaso que vai ficando mais perto. Ninguém escapa desses ciclos vitais. Cabe a cada um vive-los com sentido ou sem sentido. Nas escolhas que cada um faz vai delineando o seu ocaso, cheio de realizações ou lamentando seus fracassos. O sol de sua vida vai brilhar no ocaso ou vai ficar encoberto com nuvens que escondem uma vida mal vivida. A todos é dada a oportunidade de percorrer do nascimento à morte sua trajetória, iluminando ou se escondendo atras de escolhas mal-feitas.
